segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Não tem como não enxergar



Não tem como não enxergar
O que está mais claro
Que o claro do dia

Quer te fazer de cego?
Quer que o dia não nasça?
Quer a que noite permaneça?

Não nego que sinto também
a tentação de também
não enxergar a situação
Isso me convém

Não nego que tenho também
a tendência de só ficar
na aparência da noite
na iminência da madrugada
mas madrugada só
sem dia

me alivia pensar
que não vou precisar acordar
que não vou precisar pensar
que não vou precisar avaliar
que não vou precisar mudar...

mas, não tem como não enxergar
o que está mais claro
que o claro do dia.

domingo, 25 de setembro de 2011

Acorda!

Acorda!
Dá corda pra tua energia
Já é dia!
E o teu dia
Vai ter a corda
Que tu deres
Vai ter a energia
Que tu quiseres

Acorda!
Não importa a noite mal dormida
Importa a nova vida
Do teu novo dia
Importa a energia
Que deres ao teu dia
Importa a corda que deres!

Acorda!

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Querido Vater João Goelzer



1 – Numa manhã igual tantas outras
Dos oitenta anos da tua vida
De súbito caíste da cadeira
Chegara a tua derradeira
Hora amarga da despedida

2 – A triste notícia se espalhou
Toda família veio te visitar
Se antes ela lá se reunia
Com festa, risada e alegria
Naquele dia veio para chorar

3 – E choraram teus filhos e filhas
Que com tanta força te amaram
Lembravam com muita saudade
Os bons tempos de mocidade
Quando ainda contigo moravam

4 – Lembravam o pai bom que foste
Dos teus churrascos, do chimarrão
De tantos porcos que criavas
De tantos bois que amansavas
Dos cavalos, do carrinho, do galpão

5 – Lembravam a tua vida honesta
Da tua mão firme, do teu respeito
Das tuas palavras de valor
De um pai de família com amor
Que tinha a família junto ao peito

6 – Choravam teus genros e noras
Pois te adoravam como a um pai
Como filhos os aceitaste
A arte de viver clhes ensinaste
O que do seu pensamento não sai

7 – Choramos todos, teus netos e netas
A tua morte, Vatter Goelzer, querido
E procuramos viver agora
A todo instante, a toda hora
Do modo como tinhas vivido

8 – Neste teu repouso eterno
Quero deixar nossa despedida
E agradecer que, com tanto amor,
Nos ensinaste o valor
Verdadeiro e supremo da vida.

(Escrito no dia de sua morte, 03.09.1979,
na Faculdade de Teologia em São Leopoldo,
na dor de não poder estar junto com a família,
de sua neta Louraini Christmann)


segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Avaliando a vida


Manhã de brisa
Manhã de praia
Manhã de aurora no mar
Manhã de acalanto
Manhã de canto do mar

Também quero cantar
O meu canto
Enquanto lembro
E relembro...
O quanto já cantei
E o quanto já deixei de cantar

Manhã de brisa
E de mar
É manhã
Pra avaliar...

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Bem vinda, noite!

Bem vinda, noite
Mesmo que escura e fria
O dia já era
E está à espera
Da madrugada
Para esta ser transformada
Em dia outra vez

Mas ainda é noite
Bem vinda, noite!
Linda noite
Pra sonhar
E pra descansar
(descansar bem
Pra colocar em prática
O sonho)

Bom sono!

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Cabeça erguida e mão estendida

Cabeça erguida
Mão estendida
Para a vida continuar
Para a vida abençoar

São bênçãos que vem...
E bênçãos que vão...

A bênção não tem
Onde pousar
Para abençoar
Sem a cabeça erguida
E sem a mão estendida

A cabeça erguida olha para Deus
E pergunta como entender
E estender a mão
Na gratuidade

E a mão entende
E estende solidariedade

Cabeça erguida
E mão estendida
Para continuar
Entendendo gratuidade
Estendendo solidariedade

Para a vida continuar...

(Louraini Christmann, no início de 2010)


quinta-feira, 28 de julho de 2011

Tom verde. Tão verde!




Verdes
Verdes claros
Verdes apagados
Verdes escuros
Verdes musgos
Verdes!

Deus usou
E abusou
Do verde
Ao pintar
Com proeza
A natureza

E a beleza toda
Toda pra gente admirar
Olhar cada tom
Tão verdes!
Tão lindos!

Mas...
Desbotando estão
perdendo o tom
perdendo o verde
Perdendo a vida
A vida verde

Verde = Vida

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Falta

O que falta
Ao mundo
É que ressalte
À fundo
O cruel
Das diferenças sociais
Em cada retrato fiel
Que retrata
Sentenças parciais

O que não falta
Ao mundo
É que no fundo
De cada verdade oficial
Tem inverdade
Que mal se vê
Mas que destrói
Corrói
A pouca verdade
Que, afinal, se crê.

Falta a vergonha
Na cara de muito eleito
Falta o respeito
Na cara sem vergonha
De muito
“cara de respeito”
e falta a liberdade
para que a consciência
possa se formar
com paciência
na cabeça do povo

mas não falta
o novo
sempre novo
que sempre de novo
brota da vida do povo
que busca a liberdade
de verdade
que não esgota
na liberdade cerceada
limitada
que a cada novo corte
de morte
brota mais forte
na busca da liberdade

não falta
a busca
que rebusca
fatos da história
onde a vitória
está do lado
de Deus com seu povo
do povo com seu Deus

sábado, 9 de julho de 2011

Pão – fruto do trabalho




O pão
Se faz pão
No trabalho

A especulação
Não faz pão

Quem especula
Acumula
O pão
Do trabalho
Do irmão
Da Irmã

O irmão
E a irmã
Que trabalham
Ficam sem o pão
Fruto de seu trabalho

E o pão
Que é como se fosse
Pão doce
Pão de mel
Vira pão de fel
Acumulado
Embolorado.

Pecado!



terça-feira, 5 de julho de 2011

O sol se esconde de mim

O sol se esconde
Onde eu
Não possa vê-lo
Mas posso vê-lo
Pela nuvem
Por onde passa
Sua claridade

E sua vontade
De esconder-se de mim
Fica assim
Só na vontade

E eu continuo
Na sua claridade...

domingo, 8 de maio de 2011

(pode ser cantada na melodia de
“Toda paz que o coração deseja”)

Toda vez que tua mãe precisa
Lamentar tua falta de atenção
É porque tu não estás lhe dando
O amor que tens no coração

Mãe também quer paz
Mãe também tem dor
Mãe também precisa
Receber amor

É preciso que tu reconheças
O quanto ela já te amparou
Ela quer que tu jamais esqueças
Do amor que já te dedicou

Mãe também quer paz
Mãe também tem dor
Mãe também precisa
Receber amor

E perante Deus aqui pedimos
Que as mães se dêem o valor
Que nos falem dos seus sentimentos
E do quanto querem nosso amor


Mãe também quer paz
Mãe também tem dor
Mãe também precisa
Receber amor

Mãe também quer paz

Mãe também quer paz
(pode ser cantada na melodia de
“Toda paz que o coração deseja”)

Toda vez que tua mãe precisa
Lamentar tua falta de atenção
É porque tu não estás lhe dando
O amor que tens no coração

Mãe também quer paz
Mãe também tem dor
Mãe também precisa
Receber amor

É preciso que tu reconheças
O quanto ela já te amparou
Ela quer que tu jamais esqueças
Do amor que já te dedicou

Mãe também quer paz
Mãe também tem dor
Mãe também precisa
Receber amor

E perante Deus aqui pedimos
Que as mães se dêem o valor
Que nos falem dos seus sentimentos
E do quanto querem nosso amor


Mãe também quer paz
Mãe também tem dor
Mãe também precisa
Receber amor

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Promessa de vida
Promessa cumprida

1 – Jesus prometeu
O Espírito Santo
E Deus que é Santo
De fato o deu

Promessa de vida
Promessa cumprida

2 – Nós o recebemos
Em consolo no pranto
Em força e acalanto
Nós o percebemos

Promessa de vida
Promessa cumprida

3 – E está aqui
Força inovadora
Energia criadora
Em mim e em ti

Promessa de vida
Promessa cumprida

4 – Ele nos sustenta
Em nossa labuta
Em toda a luta
Que a gente enfrenta

Promessa de vida
Promessa cumprida

5 – Deus seja louvado
Por este presente
Ser constantemente
Em nós derramado

Promessa de vida
Promessa cumprida

terça-feira, 29 de março de 2011

Duras penas

Passando por duras penas
Penando amarguras
Nada pequenas
Nas estradas
Nada amenas
Da Palestina
Daquele tempo,
- da nossa América Latina
do nosso tempo,

Passando por duras penas
Penando amarguras...

Deus sofre em Jesus
Deus morre na cruz

Mas socorre a vida
Ressurgida do nada
Resgatada
Ressuscitada...

Viva a Páscoa
Nas amarguras nada pequenas
Nas estradas nada amenas
Da nossa América Latina!
Sim! Viva a Páscoa!!

domingo, 27 de março de 2011

Rosas, lazer e prazer (anos 80)

Me disseram que as rosas não contam
Não contam porque nem espantam o frio
Nem matam a fome
Me disseram que as rosas são supérfluas
E que por isso
Não é preciso o povo ter jardim
Pra poder planta-las
E nem um salário suficiente
Pra poder compra-las

Me disseram que o lazer não conta
Não conta porque nem espanta o frio
Nem mata a fome
Me disseram que o lazer é supérfluo
E que por isso
Não é preciso o povo ter tempo
Pra poder curti-lo
E nem direitos
Pra poder exigí-lo

Me disseram que o prazer não conta
Não conta porque nem espanta o frio
Nem mata a fome
Me disseram que o prazer é supérfluo
E que por isso
Não é preciso o povo ter condições
Pra poder vive-lo
E nem sabedoria
Pra poder valoriza-lo

Me disseram tanto, tanto
Mas não me provaram nada

Pra mim
Continua assim
Que também as rosas
O lazer
E o prazer
Espantam o frio
E matam a fome
O frio de uma vivência inerte
E a fome por uma vida abundante

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

No topo

Para estar no topo
Eu topo tudo

No topo social
No topo pessoal

Eu topo tudo
Topo o mal
Topo o bem
Que mal e mal me vem
Mas, também...
Não me convém
O bem
Me convém
O que tem
Combustível para subir
Inclusive se tiver que ir
Contra mim também...
Assim
Me vem o tôo
E eu topo tudo

(ai ai ai!
E lá se vai
A humanidade para o topo
Da sua ignorância
Prenúncio do fim

Ai de mim!

Oiiii! Que bom que estás aqui comigo. Valeu!

Oiiii! Que bom que estás aqui comigo. Valeu!
Muito obrigada pela visita. Volta!