domingo, 27 de abril de 2008

Matam a mata!


Estrada

Mais estrada

Demais estrada...

Ao lado

Mata

Menos mata

Sempre menos mata...

Matam a mata

Desmatam

Matam

terça-feira, 22 de abril de 2008

Chico Buarque

(11.01.05)

Ouço o Chico

Desde menina

Mais

Quanto mais

Fico Só

Só com as minhas Ansiedades

Com as minhas Saudades

Com as minhas Vontades

Não satisfeitas

Não refeitas

Insatisfeitas

Ouço o Chico, Enfim

Quando fico Assim

Sem mim

segunda-feira, 21 de abril de 2008

Dons entrelaçados...

Dons entrelaçados...

Com dons mais diversos

Dispersos

Em mãos diversas

Dispersas

Estamos

E vamos de mãos dadas

De dons dados

Entrelaçados...

Nos complementando

Completando lacunas

Algumas mais

Algumas menos

Temos o que ver

Temos o que ouvir

Temos o que sentir

E intuir

Com os sentidos

Dos dons que recebemos

De Deus

Que desenvolvemos

Em Deus

E que agradecemos!

Bendizemos a Deus

Pelos dons diversos

Dispersos

Em mãos diversas

De mãos dadas

De dons dados

Entrelaçados...

terça-feira, 15 de abril de 2008

Rosas, lazer e prazer

Rosas, lazer e prazer

(anos 80)

Me disseram que as rosas não contam

Não contam porque nem espantam o frio

Nem matam a fome

Me disseram que as rosas são supérfluas

E que por isso

Não é preciso o povo ter jardim

Pra poder planta-las

E nem um salário suficiente

Pra poder compra-las

Me disseram que o lazer não conta

Não conta porque nem espanta o frio

Nem mata a fome

Me disseram que o lazer é supérfluo

E que por isso

Não é preciso o povo ter tempo

Pra poder curti-lo

E nem direitos

Pra poder exigí-lo

Me disseram que o prazer não conta

Não conta porque nem espanta o frio

Nem mata a fome

Me disseram que o prazer é supérfluo

E que por isso

Não é preciso o povo ter condições

Pra poder vive-lo

E nem sabedoria

Pra poder valoriza-lo

Me disseram tanto, tanto

Mas não me provaram nada

Pra mim

Continua assim

Que também as rosas

O lazer

E o prazer

Espantam o frio

E matam a fome

O frio de uma vivência inerte

E a fome por uma vida abundante

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Velho vestido de riscado


(16.09.1987)

Velho

Vestido de riscado

Desbotado

Suado

E gasto

Vastos remendos

Nas costas

Onde o sol gosta

De gastar mais,

São sinais de trabalho

De cada talho

De foice

De faca

De coice de vaca

Velho

Vestido de riscado

Remendado

Já tens contado

Um bocado de sonhos

Sonhados

Na luta por sobrevivência.

Não te envergonha

De ser só

Um velho

Vestido de riscado

Porque tens dado

A mensagem de perseverança

E da esperança

Da mulher

Por melhores dias

E então?

Se sorrias no trabalho

Sorri também na batalha

Da organização

E te renova

A cada novo retalho

Que tapam as feridas

Porque, de sofridas,

As mulheres serão livres

E cada manga tua

Velho vestido de riscado

Cada cintura

Cada decote

Cada frisura

Vai envolver

Gestos de ternura

De mulher

Sempre mais expontâneos

Autênticos

E livres.

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Tem encruzilhada na estrada


Tem encruzilhada

Na estrada

Pra se dar

Uma parada

E decidir

Por onde ir

Pra saber

Se vai seguir

Pra lá

Ou pra cá

domingo, 6 de abril de 2008

De cabeça erguida


É vendo a vida

Que a vida

Vai sendo vivida

É forjando as idéias

Que se forja ideologia

É falando a palavra

Que ela se impõe

É erguendo a cabeça

Que a gente fica de pé

E vai...

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Pés no chão

Pés no chão

Na contramão da vida

Na ida e na volta

Sem volta...

Não tem volta!

Pra viver

E conviver

E bem-viver

Sobreviver

Tem que ser

Com os pés no chão.

A cabeça nas nuvens, sim

O sonho, nos céus

Mas os pés no chão

Se não...

Nada feito direito

Oiiii! Que bom que estás aqui comigo. Valeu!

Oiiii! Que bom que estás aqui comigo. Valeu!
Muito obrigada pela visita. Volta!